terça-feira, 9 de junho de 2020

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TOUR 360

https://fiocruz360.icict.fiocruz.br/vtbibmangvisitaguiada/




Novo Almoxarifado e Prédio Administrativo (NAPA)

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Pavilhão da Biologia (IOC)
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Com o início da pandemia de Covid-19 e a necessidade de mantermos o distanciamento social, o Campus Fiocruz Manguinhos do nosso mundo físico está fechado para visitação.
Pelo menos, temos esta versão virtual no Minecraft para aproveitar!
Aqui neste mapa, você encontra versões dos prédios da fundação e também versões de exposições montadas em seus interiores.
Assim como a nossa Fiocruz no mundo físico, o nosso mapa Fiocraft estará em constante transformação e atualização, oferecendo mais uma opção cultural e de divulgação científica para quem quiser entrar!
Além das representações dos prédios reais, também criamos algumas exposições sobre a Covid-19, elas estão nos grandes discos flutuantes brancos.


TOUR 360
Castelo Mourisco





Central de Apoio Diagnóstico





Sala Costa Lima




Castelo de Inspirações






Bio Manguinhos









Henrique Leonel Lenzi
dedicação à saúde pública brasileira








Médico patologista, Henrique Leonel Lenzi formou-se em Medicina, em 1969, pela Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Ingressou na Fiocruz em 1984, onde atuou desde então, afastando-se apenas durante períodos no exterior para estudos.

Primeiro diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz), o pesquisador assumiu o cargo em 1986, após a criação da unidade pelo então presidente da Fiocruz Sergio Arouca – a Superintendência de Informação Científica (SIC).

Sob a direção de Lenzi, a Superintendência de Informação Científica da Fiocruz começou então a desenvolver o projeto de implantação de um Centro de Computação Científica. Em 1988, Lenzi foi responsável pela criação do Núcleo de Vídeo da Fiocruz, o setor de programação visual, vinculado à gráfica da Fiocruz, e o Sistema Integrado de Bibliotecas (Sibi), que originaram serviços estratégicos do Icict. De 1990 a 1991, Lenzi ocupou a Vice-Presidência de Pesquisa da Fiocruz.

Pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Lenzi publicou dezenas de artigos científicos, com ênfase em esquistossomose e técnicas de microscopia. Em sua trajetória, Lenzi dedicou-se à pesquisa da ‘Patologia e Imunopatologia de Doenças Infecciosas e Parasitárias com destaque em granuloma’, dos ‘Mecanismos de Eosinofilia’, a ‘Morfobiologia, Ontogenia e Filogenia dos Órgãos Linfohematopoiéticos’.

Um dos últimos artigos assinados por Lenzi, Comprehensive proteomic profiling of adult Angiostrongylus costaricensis, a human parasitic nematode, teve como objetivo estudar os perfis proteômicos do parasita Angiostrongylus costaricensis, um helminto nematóide que causa inflamação intestinal aguda em humanos, conhecida como angiostrongilíase abdominal. A pesquisa foi publicada no Journal of Proteomics, em agosto de 2011. Lenzi faleceu em 15 de setembro.











Centro Henrique Penna (CHP)
Prédio node acontece a produção de reativos para diagnóstico e, futuramente, de biofármacoa, além de abrigar a planta piloto, espaço que permitirá o aumento de escala de produtos desenvolvidos em bancada e a fabricação de lotes para estudos clínicos.



Carlos Chagas

Nem um dia esmoreceu o querido mestre, e, na perseverança de seu esforço, na convicção absoluta de seus principios, encontravam os discipulos o nobre incentivo, que lhes foi a razão essencial de todo exito. Como lidar agora e proseguir na mesma directriz, privados do espirito bemfazejo, que nos era o manancial inexgotavel de todas as iniciativas de trabalho, a alma de nossos intuitos, a garantia de nosso acero? E poderiamos acaso desalentar, quando delle herdámos a responsabilidade de uma obra de sciencia que synthetisa suas melhores aspirações e perpetua a maior gloria de seus dias?

Carlos Chagas, por ocasião do falecimento de Oswaldo Cruz
1917


Carlos Chagas com cientistas e visitantes no canteiro de obras em Manguinhos No grupo, estavam Parreiras Horta, Alcides Godoy, Oscar Dutra e Silva, Arthur Neiva e César Pinto. Foto: Acervo COC.


João Justiniano Chagas e Mariana Candida Ribeiro de Castro Chagas, pais de Carlos Chagas.

Carlos Chagas, quando tinha cerca de quatro anos.

Fazenda Bom Retiro, local de nascimento de Carlos Chagas, situada próximo à cidade de Oliveira, MG.
Acervo COC

Nascido a 9 de julho de 1878, em Oliveira, Minas Gerais, Carlos Ribeiro Justiniano Chagas ficou órfão de pai aos quatro anos. Em 1897, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.




Diploma de Doutor em Medicina, conferido pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 26 de abril de 1904 | Acervo COC





Da direita para a esquerda:
- Placa de consultório médico, instalado em 1904 na rua da Assembléia, centro da cidade do Rio de Janeiro.
- Aparelho de pressão arterial e estetoscópio que pertenceram a Carlos Chagas.
- Passaporte de Carlos Chagas.
- Uma nova molestia [trecho] Gazeta de Noticias, 23 abr. 1909
- Telegrama de Oswaldo Cruz sobre a nomeação de Chagas como membro titular da Academia Nacional de Medicina; destaca a excepcionalidade da admissão, diante da inexistência de vaga. Rio de Janeiro, 1910
Acervo Casa de Oswaldo Cruz



Acervo Casa de Oswaldo Cruz







Em 14 de fevereiro de 1909, Carlos Chagas detectava o Trypanosoma cruzi, no sangue de uma criança febril de dois anos. Conclue-se, assim, a descoberta do ciclo da moléstia. Inicialmente, Chagas se interessou pelo vetor - o barbeiro. Em seguida, identificou o protozoário, o Trypanosoma cruzi e desvendou seu ciclo evolutivo. A descoberta da doença de Chagas trouxe a consagração internacional ao cientista mineiro, que recebeu o Prêmio Schaudinn do Instituto de Doenças Tropicais de Hamburgo, na Alemanha.

Carlos Chagas Médico em seu laboratório em Manguinhos, em 25 de março de 1929. Foto: J. Pinto.

Carlos Chagas examina a menina Rita, um dos casos descritos da doença de Chagas Ao fundo, vê-se o vagão que lhe serviu de dormitório e laboratório no seu período em Lassance. Imagem registrada provavelmente em 1909. Foto: Acervo COC.





Carlos Chagas e Belisário Penna com a equipe que trabalhava no prolongamento da Estrada de Ferro Central do Brasil, em Pirapora, MG. Minas Gerais, [1908?] | Acervo COC

Em 1905, em Itatinga, interior de São Paulo, formulou a ideia de que o mosquito transmissor da malária deveria ser combatido no interior das casas, com o uso de inseticidas como o piretro. Em 1907, foi enviado por Oswaldo Cruz, junto com Arthur Neiva, para combater uma epidemia de malária em Xerém, na Baixada Fluminense. No mesmo ano, seguiria para o norte de Minas, em uma nova empreitada contra a malária, ocasião em que faria a descoberta da doença de Chagas.



Em 1999, por ocasião da celebração dos 90 anos da descoberta da doença de Chagas, a Casa de Oswaldo Cruz contratou o desenhista Carlos Chagas para reproduzir, em uma narrativa iconográfica, o processo que levou à descrição da nova enfermidade. Para isso, o homônimo do cientista realizou extensa pesquisa no acervo da instituição e, com base em fotografias, textos de época e conversas com os historiadores, criou estas ilustrações.

Em Lassance, Carlos Chagas identifica, em saguis, o Trypanosoma minasense.

Chagas toma conhecimento da existência dos barbeiros nas casas de pau a pique da região.

Ao examinar alguns barbeiros, encontra um protozoário em forma de tripanossoma.

Oswaldo Cruz recebe alguns barbeiros enviados por Chagas de Lassance para experiências com macacos criados nos laboratórios de Manguinhos.

Oswaldo Cruz percebe que um dos macacos adoeceu, apresentando tripanossomas no sangue.

Chagas conclui que se trata de uma nova espécie de tripanossoma, a qual denomina de Trypanosoma cruzi.

Em 14 de abril de 1909, Chagas encontra o T. cruzi no sangue de uma menina chamada Berenice e conclui estar diante de uma nova doença humana.

Em outubro de 1910, Chagas torna-se membro da Academia Nacional de Medicina e apresenta suas pesquisas sobre a nova doença.







A Descoberta da Tripanossomíase Americana Em 22 de abril de 1909, Oswaldo Cruz anunciou formalmente à Academia Nacional de Medicina a descoberta, por Carlos Chagas, de uma nova doeça: a tripanossomíase americana ou "moléstia de Chagas".O processo da descoberta se iniciou em 1907, quando Chagas, pesquisador de Manguinhos, chegou a Lassance, no norte de Minas Gerais, com a missão de combater a malária entre os trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil.
Lá, teve sua atenção despertada por um inseto que proliferava nas frestas das paredes de pau-a-pique das casas, alimentando-se à noite do sangue de seus moradores. Por atacar preferencialmente o rosto, era chamado de barbeiro pela população local.
Em 1908, ao examinar estes insetos, Chagas encontrou neles um novo parasito, que chamou de Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz. Verificou que este era patogênico para animais de laboratório e descobriu sua presença em animais domésticos. Paralelamente, já havia detectado nos habitantes da região alterações patológicas inexplicáveis. Começou então a pesquisar as ligações entre o novo parasito e a condição mórbida daquela população.
Em 14 de abril de 1909, Chagas descobriu pela primeira vez o protozoário no sangue de um ser humano: uma menina de dois anos, Berenice, em plena fase aguda da doença.
Era um feito único na história da medicina: Chagas descobriu o parasito (Trypanosoma cruzi), o vetor (barbeiro) e a moléstia (doença de Chagas).
Naquele mesmo ano, foi nomeado pesquisador assistente do Instituto Oswaldo Cruz.


Doença de Chagas: ciclo de vida do Trypanosoma cruzi

Tudo começa no hospedeiro intermediário (barbeiro) que, ao se alimentar do sangue de um hospedeiro definitivo infectado (mamífero), adquire o parasita. Quando o barbeiro defeca próximo à picada – considerando a irritação que provoca coceira no mamífero -, este insere uma carga de parasitas (aqui, em formato epimastigota) para dentro do ferimento, de modo a colocá-los em contato com a corrente sanguínea (onde assumem a forma tripomastigota). Logo, os macrófagos fagocitam estes seres para degradá-los em uma bolsa fagocitária, lugar onde o T. cruzi se compacta em forma amastigota, na qual se replicará até romper a célula e cair novamente na corrente sanguínea do indivíduo, que poderá ser picado por um novo barbeiro que recomeçará o ciclo.




Carlos Chagas (ao centro) e Pacheco Leão (a sua esquerda) no rio Negro Eles participaram de expedição científica realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz na Amazônia. São Gabriel da Cachoeira (AM), 1913. Foto: Acervo COC.

Chagas realizou uma expedição ao vale do Amazonas, fazendo um completo levantamento médico-sanitário e das condições de vida da população. Em relatório ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, relatou a situação de abandono médico e social em que viviam os seus habitantes, enfatizando a necessidade de medidas sanitárias como instrumento fundamental para viabilizar o desenvolvimento econômico da região.



Carlos Chagas proferindo sua segunda conferência sobre a tripanossomíase americana na Academia Nacional de Medicina. Rio de Janeiro, 7 de agosto de 1911 | Foto publicada em Careta, Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1911 | Acervo COC

Em 1922, um grupo de médicos contestou a autoria da descoberta do protozoário e a importância atribuída à doença de Chagas. Embora a Academia Nacional de Medicina tenha reconhecido que Chagas era realmente o autor da descoberta, manteve-se a dúvida quanto à distribuição da moléstia no território nacional. Somente após a morte do pesquisador que o impacto sanitário da doença começou a ser reconhecido, com a descrição de centenas de casos agudos na Argentina e a descoberta de um importante foco em Bambu­, Minas Gerais.






Direção do Instituto Oswaldo Cruz
Oswaldo Cruz falece em 1917. Chagas é então nomeado, em 14 de fevereiro, diretor de Manguinhos. Durante sua gestão, procurou consolidar o estabelecido por Oswaldo Cruz à semelhança do Instituto Pasteur, cujas características fundamentais eram a autonomia administrativa e financeira e a estreita articulação entre a pesquisa, o ensino e a fabricação de produtos destinados à medicina humana e à  veterinária, visando atender aos serviços de saúde pública do paí­s.No campo da pesquisa, sua administração privilegiou a investigação das causas e dos aspectos epidemiológicos e clí­nicos das endemias rurais. Foi responsável também pela criação de seções cientí­ficas, definidas por áreas de conhecimento e com as quais pretendia estabelecer uma divisão de trabalho mais ní­tida no Instituto. Na área de ensino, ampliou o programa dos Cursos de Aplicação do Instituto. Quanto à  área de produção, Chagas diversificou a pauta de medicamentos e produtos biológicos fabricados em Manguinhos, entre eles alguns desenvolvidos pelos próprios pesquisadores, e estimulou a comercialização destes produtos, fortalecendo assim a renda própria da instituição. A partir de 1920, o Instituto assumiu também a responsabilidade pelo controle da qualidade dos produtos utilizados na medicina humana no paí­s, nacionais ou importados.

Vista do Castelo Mourisco, com autógrafo de Carlos Chagas, redigido na véspera de sua morte. Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1934 | Foto: J. Pinto | Acervo COC



Carlos Chagas recebe Albert Einstein nas instalações do Instituto Oswaldo Cruz Estavam presentes, entre outros, Burle de Figueiredo, Antônio Eugênio Área-Leão, Adolpho Lutz, Alcides Godoy, Leocádio Chaves, Astrogildo Machado e Carneiro Felippe. Rio de Janeiro, maio de 1925. Foto: Acervo COC.





Carlos Chagas com os filhos Evandro Chagas e Carlos Chagas Filho
A foto foi tirada em uma das varandas do Pavilhão Mourisco na década de 1910. Foto: Acervo COC.







Forma tripomastigota sanguí­cola do Trypanosoma cruzi. Microscópio Eletrônico | Foto: Rubem Menna Barreto

A doença de Chagas representa ainda um sério problema de saúde pública diretamente relacionado à  pobreza. Portanto, mesmo com a redução significativa da transmissão vetorial e transfusional em muitos paises (incluindo o Brasil), é fundamental a manutenção de polí­ticas de controle desta moléstia. Como o contato com o vetor está relacionado ao desflorestamento e às condições precárias de habitação, a questão sócio-ambiental merece uma atenção especial. Os medicamentos contra o mal de Chagas apresentam sérios efeitos colaterais e não se mostram eficazes no tratamento de todas as formas da doença, especialmente a fase crínica. Por isso, é importante buscar alternativas, como o teste de drogas empregadas com outras moléstias e o desenvolvimento de novas substâncias, com ação específica contra moléculas do Trypanosoma cruzi. Uma abordagem com resultados promissores, o que sugere boas perspectivas para o futuro, é a terapia com células-tronco, voltada para a recuperação funcional do coração de pacientes.


Central de Monitoramento e leitura remota de temperatura
Fabricante: Siemens & Halske
Material: madeira, mármore e metal
Local de fabricação: Berlim, Alemanha – década de 1910
Dimensões: 255 x 120 x 50 cm

Este curioso equipamento com mais de dois metros de altura, composto por um painel formado por diversos dispositivos e mostradores, é um exemplar do avanço tecnológico do início do século XX. O controlador elétrico de temperaturas tinha a função de registrar e controlar continuamente a temperatura de parte dos equipamentos dos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz. Isso acontecia por meio de termômetros capazes de converter os valores da corrente elétrica em informações de variação de temperatura.  

Os termômetros fazem parte do painel e registravam a temperatura em graus Celsius. O aparelho como um todo era ligado direto na corrente elétrica - e, por isso, era chamado de automatizado. Uma dica: não era como um termômetro de mercúrio que precisa do contato para funcionar.

O termocontrolador, ou Central de Monitoramento, ficava localizado no térreo ao lado do elevador do Castelo Mourisco, local central onde era possível verificar a temperatura das estufas e das câmaras frigoríficas a distância. Além disso, era possível escutar o acionamento de alerta do sistema do aparelho caso houvesse variações bruscas dos termômetros ligados a ele. Uma tecnologia bastante moderna para seu tempo, já que cada laboratório tinha uma espécie de comando que se interligava com a central. 

O aparelho foi desenvolvido pelo fabricante alemão Siemens & Halske. Esta companhia fundou uma filial no Rio de Janeiro, em 1905, com o objetivo de atuar no mercado de aparatos de iluminação e geração de energia elétrica, em expansão diante das reformas urbanas na cidade naquele momento. Esta proximidade possibilitou sua contratação para a implantação das instalações telefônicas, térmicas, telegráficas e a iluminação das novas instalações do Instituto Oswaldo Cruz. 
 
Além desta tecnologia aplicada no início do século XX no Castelo, a central de monitoramento possui um relógio principal interligado aos dois pequenos relógios presentes no seu painel. Acredita-se que esta instalação era capaz de se comunicar com relógios de parede instalados nas salas do edifício. A sincronização dos aparelhos garantia que todos pudessem se orientar pelo mesmo horário e, a partir do relógios da central, todos os relógios das salas eram ajustados com a mesma hora.

Os dispositivos fabricados pela Siemens foram colocados em um móvel de carvalho, esculpido com detalhes de inspiração arabesca, com a intenção de harmonizar com o estilo arquitetônico neomourisco presente em todo o edifício. 

Fonte: Objeto em Foco / Museu da Vida




Exposição Oswaldo Cruz



Oswaldo aos doze anos de idade

FILHO DE MÉDICO, O HOMEM QUE IRIA REVOLUCIONAR A SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL NASCEU EM 5 DE AGOSTO DE 1872, EM SÃO LUÍS DO PARAITINGA, NA SERRA DO MAR PAULISTA. AOS CINCO ANOS, OSWALDO GONÇALVES CRUZ FOI MORAR NO RIO DE JANEIRO, TERRA DOS PAIS.


Oswaldo aos vinte anos de idade

Até se mudar para o Rio, sua professora foi a mãe, dona Amália. Com apenas catorze anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, após exames preparatórios no Colégio Pedro II. Formou-se horas antes da morte do pai, a quem dedicou sua tese de doutorado, A veiculação microbiana pelas águas.

A Santa Casa de Misericórdia, no centro do Rio de Janeiro, ainda hoje em atividade: aqui funcionou, por mais de meio século, a Faculdade de Medicina, onde estudou Oswaldo Cruz.

Desde o início do curso, Oswaldo Cruz se interessou pela microbiologia, o ramo da ciência que pesquisa os micróbios causadores de doenças. Trabalhou como ajudante no Laboratório de Higiene da faculdade. Já formado, montou em casa, no bairro do Jardim Botânico, um pequeno laboratório de microbiologia.

No início de sua carreira, Oswaldo assumiu a clínica que fora do pai. Pouco mais tarde, a convite de um médico ilustre, o dr. Salles Guerra, foi trabalhar na Policlínica Geral do Rio de Janeiro.




EM 1897 OSWALDO CRUZ SEGUIU PARA A FRANÇA COM A FAMÍLIA. QUERIA ESPECIALIZAR-SE EM MICROBIOLOGIA. FOI UM DOS PRIMEIROS BRASILEIROS A ESTUDAR NO CÉLEBRE INSTITUTO PASTEUR, DE PARIS, CENTRO DE PESQUISA EM SAÚDE, ENSINO E PRODUÇÃO DE VACINAS.

Em Paris, Oswaldo Cruz não se limitou à especialização em microbiologia e soroterapia — o tratamento de doenças com anticorpos obtidos no sangue de animais. Estudou também outras disciplinas. E foi aprender a fabricar seus próprios equipamentos: os vidros indispensáveis à montagem de um laboratório de pesquisa.

DE VOLTA AO PAÍS EM 1899, OSWALDO CRUZ REASSUMIU SEU POSTO NA POLICLÍNICA GERAL DO RIO DE JANEIRO E PARTICIPOU DO COMBATE A UM SURTO DE PESTE BUBÔNICA EM SANTOS, NO LITORAL PAULISTA. PARA IMPEDIR QUE O MAL SE ALASTRASSE, FORAM CRIADOS OS PRIMEIROS INSTITUTOS SOROTERÁPICOS BRASILEIROS

Enquanto Vital Brazil e Adolfo Lutz montavam em São Paulo o Instituto Butantan, no Rio surgia o Instituto Soroterápico Federal (ISF), na Fazenda de Manguinhos, sob a direção do barão de Pedro Affonso. O diretor técnico era Oswaldo Cruz, que estabeleceu com os colegas paulistas uma importante e duradoura parceria científica. Em 1902, assumiu a direção geral do ISF

No alto, em primeiro plano, dois jovens cientistas
do Instituto: Henrique da Rocha Lima e Ezequiel Dias.

Eram precárias, no começo, as
instalações do Instituto Soroterápico,
como atesta a foto acima, de 1903





CRIADO EM 25 DE MAIO DE 1900 PARA PRODUZIR SORO E VACINA CONTRA A PESTE BUBÔNICA, O INSTITUTO SOROTERÁPICO LOGO TRANSCENDEU ESSA META, TRANSFORMANDO-SE EM CENTRO DE REFERÊNCIA EM MEDICINA EXPERIMENTAL.

Acima, numa foto de 1911, alunos do curso de Aplicação do Instituto Oswaldo Cruz.
Oswaldo Cruz e cientistas no antigo refeitório de Manguinhos
Cientistas reunidos no barracão que servia de biblioteca e gabinete fotográfico no Instituto Soroterápico, em 1904. 
No alto, Oswaldo Cruz com o filho Bento (à direita) e o cientista Burle de Figueiredo.



OCASTELO DE MANGUINHOS, OU PAVILHÃO MOURISCO, TRAZ A MARCA DO ESTILO ECLÉTICO QUE É TÍPICO DA ARQUITETURA DO RIO NO FINAL DO SÉCULO 19. COM TRAÇOS NEOMOURISCOS, ELE TEM CINQÜENTA METROS DE ALTURA POR 45 DE LARGURA E UTILIZA FARTURA DE MATERIAIS NOBRES, VINDOS DA EUROPA.

O Pavilhão Mourisco, hoje sede da Fiocruz, começou a ser construído em 1905. Só ficaria pronto em 1918, um ano após a morte do sanitarista. Pode ser visto, ainda em obras, na foto acima: o diretor e outros cientistas chegam, de charrete, ao Instituto Soroterápico Federal.

Construído por artífices italianos, espanhóis e portugueses, o Pavilhão Mourisco faz parte do conjunto arquitetônico que se vê na foto no topo, de 1927. Duas edificações já não existem: o Aquário – o prédio com uma torre, no lado esquerdo da foto – e a estrebaria, ao lado do Pavilhão Mourisco.






Aimprensa, que tanto hostilizava Oswaldo Cruz e suas campanhas sanitárias, teve que se penitenciar em 1907, quando Berlim premiou com medalha de ouro a erradicação da febre amarela do Rio de Janeiro.
Em 1910, os bons resultados da campanha contra a febre amarela no Rio de Janeiro valeram ao sanitarista um convite do governo do Pará, desejoso de erradicar a doença de seu território. Foi mais uma empreitada bem-sucedida de Oswaldo Cruz, que teve o reconhecimento até mesmo dos irreverentes caricaturistas.


AFASTADO DE MANGUINHOS POR MOTIVO DE SAÚDE, OSWALDO CRUZ TERMINOU A VIDA COMO PREFEITO DE PETRÓPOLIS (RJ). MORREU AINDA JOVEM, AOS 44 ANOS, DE INSUFICIÊNCIA RENAL, EM 11 DE FEVEREIRO DE 1917. CRITICADO EM VIDA, CONVERTEU-SE NUMA GLORIOSA UNANIMIDADE
Da esquerda para a direita:
A última foto de Oswaldo Cruz, feita no jardim de sua casa, em Petrópolis.
Salles Guerra, amigo e médico de Oswaldo Cruz, discursa durante o enterro, no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.
Oswaldo Cruz, em óleo do pintor fluminense Batista da Costa (1917).






POUCOS BRASILEIROS FORAM CARICATURADOS COMO OSWALDO
CRUZ NO INÍCIO DO SÉCULO 20, QUANDO SUAS CAMPANHAS SANITÁRIAS DESENCADEARAM REAÇÕES PASSIONAIS.


AS EXPEDIÇÕES CIENTÍFICAS DE OSWALDO CRUZ TIVERAM O MÉRITO SUPLEMENTAR DE DESVENDAR UM PAÍS BEM DIVERSO DAQUELE DO LITORAL, EM QUE MUITOS VIAM UM MODELO PARA O BRASIL. E FIZERAM NASCER UM MOVIMENTO DE CONSCIÊNCIA SANITÁRIA.

Entre 1911 e 1913, cinco expedições de cientistas de Manguinhos percorreram o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste do Brasil. Seus integrantes não apenas fizeram o levantamento das condições médicosanitárias da população como registraram aspectos geográficos, econômicos e sócio-culturais dos lugares visitados. Seus relatos causaram formidável impacto nas grandes cidades, onde se desconhecia a áspera realidade vivida pelo brasileiro do interior.






Ofício no 1 do Instituto Soroterápico Federal, que informa à Diretoria Geral de Saúde Pública o início dos trabalhos em seus laboratórios. Em 1907 o ISF passou a chamar-se Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos, rebatizado Instituto Oswaldo Cruz no ano seguinte.
Dele nasceu, em 1970, a atual Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Desde o primeiro dia em que nos foi facultado admirar o panorama encantador que se divisa quando se coloca os olhos na ocular dum microscópio [...], enraizou-se em nosso espírito a idéia de que os nossos esforços intelectuais d’ora em diante convergiriam para que nos instruíssemos, nos especializássemos numa ciência que se apoiasse na microbiologia.”
Oswaldo Cruz, na introdução à sua tese de doutorado, defendida em 1892


Dois Ex-libris de Oswaldo Cruz: "Saber, esperar, poder, querer" e "Fé eterna na ciência" assim como sua famosa frase "Não esmorecer para não desmerecer". Fonte: Casa de Oswaldo Cruz


 Diploma of Officier de l'ordre de la Légion d'honneur granted to Oswaldo Gonçalves Cruz, in Paris, by the President of the French Republic, Grand Chancelier de l' Ordre, Mr. Raymond Poincaré, in 1914 (document from the Casa de Oswaldo Cruz collection).


Medalha do Congresso de Higiene e Demografia de Berlim

O ano de 1907 representou um importante marco para a história do Instituto Soroterápico Federal: a instituição, então dirigida por Oswaldo Cruz, conquistou a Medalha de Ouro relativa ao prêmio pelo primeiro lugar na Exposição de Higiene. A exposição foi realizada no XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia, organizado na cidade de Berlim, na Alemanha.

A medalha foi entregue a Oswaldo Cruz pela imperatriz da Alemanha, Augusta Vitória de Schleswig-Holstein (1858-1921). A premiação ocorreu em reconhecimento à excelente apresentação da produção científica brasileira, resultado dos relevantes trabalhos desenvolvidos pelos jovens pesquisadores de Manguinhos e pela campanha contra a febre amarela no Rio de Janeiro.

Na Exposição de Higiene de Berlim, a seção brasileira apresentou resultados de trabalhos originais, amostras de soros e vacinas produzidas em Manguinhos, fotos e maquetes de novas edificações em construção no Instituto, entre outros objetos. Além disso, foram exibidos materiais sobre as campanhas sanitárias na capital federal, conduzidas pela Diretoria Geral de Saúde Pública, incluindo modelos para isolamento de doentes, técnicas de expurgo de casas e galerias pluviais, imagens e estatísticas demográfico-sanitárias do saneamento do Rio de Janeiro.

Fonte: Objeto em Foco / Museu da Vida





Cédula de 50 Cruzados com efígie de Oswaldo Cruz 
Fabricante: Banco Central do Brasil
Material: papel
Local: Rio de Janeiro – 1886-1990
Dimensões: 7,4 x 15,4 cm 

A homenagem a pessoas ilustres da vida pública em cédulas de dinheiro é uma prática antiga. Mas, após a utilização de cédulas de papel no sistema monetário, essa prática tornou-se ainda mais frequente. As notas de 50 mil Cruzeiros, que circularam na economia brasileira entre 1984 e 1990, e, posteriormente, as de 50 Cruzados, entre 1986 e 1990, utilizaram essa tradição para homenagear o médico Oswaldo Cruz e a instituição que leva seu nome. 

A homenagem foi feita em um contexto bem específico da história recente do Brasil. Ao longo da década de 1980, ocorreu o período de redemocratização, no qual o governo militar, estabelecido desde 1964, abria um espaço de transição política para o retorno da ordem democrática.

O Brasil passava por um período de baixo crescimento econômico, marcado por muitas crises, o que fez com que os anos 1980 ficassem conhecidos entre os economistas como “década perdida”. O endividamento externo do país, a elevação dos juros e a desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar, dentre outras medidas, provocaram um cenário de estagnação econômica e inflação descontrolada. 

O Plano Cruzado foi o primeiro plano econômico adotado após o término do regime militar. A moeda brasileira foi de “Cruzeiro” para “Cruzado”, embora as duas cédulas tenham circulado simultaneamente até 1990. Nesse plano, houve congelamento da taxa de câmbio e dos salários, e a correção automática da inflação toda vez que ela ultrapassasse 20% ao mês.

Esse foi, no entanto, um plano de curta duração. O principal motivo de fracasso do Plano Cruzado foi o congelamento dos preços, que gerou prejuízos para muitos produtores. Alguns itens essenciais ficaram ausentes dos mercados, estimulando as pessoas a estocarem diversos produtos perecíveis em suas casas.

Nesse cenário conturbado, optou-se em evidenciar a memória nacional, visando um sentimento de “nação brasileira” que caminhava para se tornar democrática. As cédulas de Cruzados foram estampadas, em sua maior parte, com imagens de grandes personalidades brasileiras do período republicano, como, por exemplo, o pintor Candido Portinari, o escritor Machado de Assis, o ex-presidente Juscelino Kubitschek e o político Rui Barbosa.

A homenagem a Oswaldo Cruz, realizada na cédula de 50 Cruzados, somou-se a inúmeras outras que o médico sanitarista recebeu em reconhecimento a sua curta e intensa trajetória científica. O anverso da cédula tem uma representação do cientista e um microscópio, objeto de trabalho essencial para as pesquisas científicas. Em seu reverso, está uma representação do Castelo Mourisco da Fundação Oswaldo Cruz, importante símbolo da institucionalização dos estudos sobre medicina experimental no Brasil, localizado, desde de 1918, na cidade do Rio de Janeiro.

Fonte: Objeto em Foco / Museu da Vida





Martha Niklaus

Bolsas de Coleta

1996


Obras Raras Fiocruz

Criado para preservar e dar acesso ao acervo especial de Obras Raras da Fiocruz, é constituído com um material diversificado e selecionado de acordo com critérios de seleção como raridade e preciosidade. Entre as obras mais antigas do acervo, encontra-se o primeiro tratado sobre História Natural do Brasil, denominado Historia Naturalis Brasiliae (1648), e a tese de doutorado de Oswaldo Cruz.

Seção de Obras Raras

A Seção de Obras Raras A. Overmeer/Biblioteca de Manguinhos que integra a Rede de Bibliotecas da Fiocruz, tem a missão de guardar, conservar, divulgar e promover o acesso às obras formadoras de seu acervo para o público. A preservação do acervo é parte importante das atividades desenvolvidas pela Seção sob orientação do LACOPD – Laboratório de Conservação Preventiva de Documentos/Gestão de Acervos.

O acervo da Seção de Obras Raras possui cerca de 30.000 volumes, de diversificada tipologia bibliográfica, como livros, periódicos, folhetos e é composto por obras que remontam ao século XVII. No acervo de periódicos encontram-se mais de 600 títulos de revistas científicas internacionais e nacionais de reconhecido valor histórico. Estão guardados nesse conjunto importantes periódicos brasileiros dos séculos XVIII, XIX e XX. A Seção de Obras Raras está situada no Pavilhão Mourisco desde sua origem, ocupa as atuais instalações da Biblioteca desde 1909.

Para consultar o acervo físico é necessário o agendamento prévio por telefone, e-mail ou pessoalmente. Telefone: (21) 2598-4460, 3885-1728
e-mail: obrasraras@icict.fiocruz.br.











Os pisos das varandas do Castelo são exemplos da rica variedade encontrada em construções mouriscas em toda parte do mundo. Os mouros descobriram formas geométricas - estrelas, setas, pétalas etc. - que se encaixam gerando padrões encantadores. 


A técnica de repetir um desenho lado a lado foi usada muitas vezes neste Castelo, especialmente para fazer os frisos das paredes. Veja nas fotos acima como o mesmo motivo se repete lado a lado. O resultado é um padrão simétrico.




























O uso de formas geométricas é uma característica marcante na arte mourisca. Para recobrir paredes ou pisos, é preciso usar formas que se encaixam entre si, sem deixar espaços nem sobreposições. Os artesãos árabes sabiam quais formas se encaixavam e como elas deveriam ser arranjados para criar padrões incríveis como os que vemos neste Castelo. Se você reparar bem, vai perceber que a maior parte dos padrões geométricos mostrados nesta exposição usa triângulos, quadrados ou hexágonos regulares como base. Muitas vezes, essas formas são "disfarçadas" para criar outras, mais complexas.






O artista holandês M. C. Escher (1898 - 1972) se inspirou em castelos mouros espanhóis para fazer obras de arte fantásticas. Recortando de um lado para colar em outro, ele transformou quadrados, triângulos e hexágonos em figuras surpreendentes. 
Quadrados, triângulos e hexágonos "disfarçados" de animais se encaixam perfeitamente, como azulejos, em uma parede. Esse encaixe sem espaços ou sobreposições é chamado de tesselação. Quando encaixadas, as formas "disfarçadas" criam um padrão que se repete por todo o desenho.






Transformar uma forma geométrica simples e regular em outra, mais complexa e irregular, é uma maneira de criar desenhos que chamam atenção. A figura no painel é um detalhe da parede da Biblioteca de Obras Raras, recoberta por "quadrados disfarçados".


Quem anda pelos corredores do Castelo se impressiona com as paredes ricamentes decoradas, outra característica do estilo mourisco.
Há séculos, os artesão árabes sabiam que fazer motivos encaixando o mesmo desenho e criando padrões magníficos. Alguns desses padrões podem ser vistos neste Castelo. 








A reforma urbana que aconteceu no Rio de Janeiro no início do século XX se espalhou em Paris, na França. Com o Castelo não foi diferente - ele também teve influências estrangeiras. Acredita-se que três construções inspiraram o nosso Castelo: o Palácio de Montsouris, na França, o Palácio la Allambra, na Espanha, e a Sinagoga de Berlim, na Alemanha. 
Grande parte dos materiais utilizados na construção, como tijolos, azulejos, luminárias, vidros, mármores e cimento, foi importada da Europa. Muitos operários que trabalharam na construção também eram estrangeiros. Do Brasil, o Castelo utilizou madeiras, como a peroba do campo, nas portas, e o granito juparaná rosa, no revestimento externo.
Na parte estética, as formas geoméricas e simétricas encontradas em ornamentos vieram da arquitetura islâmica, ou mourisca, como também é chamada. Na Europa, as arquiteturas espanhola e inglesa foram fortemente influenciadas por esta linguagem árabe a partir de 1840. Além dos motivos árabes, o Castelo tem influências arquitetônicas e decorativas diferentes, o que caracteriza um estilo eclético.



A partir de desenhos de Oswaldo Cruz, Luiz Moraes começou a elaborar o projeto do Castelo. Inicialmente, ele foi pensado com apenas dois pavimentos acima do térreo. Em 1907, o arquiteto acrescentou à planta duas torres laterais com cúpulas, inspiradas nas torres do Palácio de Montsouris, em Paris, e da Sinagoga de Berlim. O projeto final veio após viagens de ambos à Alemanha, onde participaram das Exposições Internacionais de Higiene em Berlim (1907) e Dresden (1911).




O fim do século XIX e início do século XX foram marcados por uma revolução científica, a Revolução Pasteuriana, associada ao químico francês Louis Pasteur,  que trouxe grandes avanços para a área da microbiologia. Seus estudos sobre microrganismos e doenças causadas por micróbios mudaram o fazer científico. As descobertas de Pasteur e outros cientistas influenciam, ainda hoje, o dia a dia das pessoas. Por exemplo, esterilizar chupetas e mamadeiras, limpar um machucado e até mesmo lavar as mãos são algumas das heranças. As pesquisas conduzidas em manguinhos acabaram seguindo conceitos de higiene e assepsia da medicina pasteuriana, o que influenciou as obras do Castelo e das demais construções do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (NAHM) em que havia a produção de soros e vacinas.

O castelo Mourisco foi uma construção extremamente moderna para a sua época. Luiz Moraes projetou um prédio que fosse inovador em termos arquitetônicos e também sanitários. 
Equipamentos e sistemas modernos foram comprados fora do Brasil e instalados, como o relógio elétrico central, a telefonia interna e o sistema de iluminação elétrica. Havia também (e ainda há!) um elevados montado em 1909, da então Companhia Brasileira de Eletricidade Siemens Schuckertwerke, considerado o mais antigo em funcionamento hoje no Rio de Janeiro.
No prédio, há duas alas com salas - leste e oeste - e um espaço central onde estão localizados elevador, escadas e banheiros. Nos laboratórios revestidos com cerâmicas alemãs brancas, uma das medidas foi projetar espaços que recebessem ampla iluminação e que fossem de fácil limpeza. Já outros ambientes foram ricamente decorados com azulejos repletos de motivos geométricos, como estrelas, quadrados e outros polígonos, além de piso com mosaicos cerâmicos franceses.



Oswaldo Cruz e Luiz Moraes. O primeiro, brasileiro e médico sanitarista nascido na cidade paulista de São Luiz do Paraitinga, em 1872. O segundo, português, arquiteto e engenheiro nascido em Faro, em 1868.
Eles se conheceram no trem da Leopoldina, no Rio de Janeiro, no ano de 1902. Nesta viagem, o arquiteto digia-se à Igreja da Penha porque havia sido convidado a reformá-la. Daquele encontro surgiu a semente para o Castelo Mourisco e para outras instalações que Moraes construiu em Manguinhos, conjunto hoje conhecido como Núcleo arquitetônico Histórico de Manguinhos (NAHM). Atrás do Castelo, é possível contemplar três: a Cavalariça, o Quinino e o Pavilhão do Relógio. Luiz Moraes acabou se especializando em construções hospitalares, sanitárias e laboratoriais e assinou inúmeras obras no Rio de Janeiro, como a Faculdade de Medicina, na Praia Vermelha.








No topo de uma colina, no terrno da então Fazenda de Manguinhos, distante do centro da cidade, começava a ser construído, em 1905, um Castelo, que levaria 13 anos para ficar pronto, em 1918. Cem anos depois, o edifício acumula histórias e simbolismos. O Castelo da Fiocruz, ou Castelo Mourisco, é patrimônio histórico e cultural de todos os brasileiros. Ele é também símbolo do desenvolvimento da ciência e da saúde pública em nosso país.
Nesta exposição, vamos voltar ao passado e contar a história de como este senhor centenário foi idealizado e erguido. Depois, em homenagem ao Biênio da Matemática no Brasil (2017-2018), mergulharemos na riqueza de seus detalhes e ornamentos, mostrando que a matemática está presente em sua construção. Por último, vamos falar sobre as pessoas que dão vida ao castelo: visitantes, trabalhadores da Fiocruz, professores, pesquisadores, construtores, equipe de conservação... O castelo está vivo porque há pessoas que se relacionam com ele.
Quando construído para receber laboratórios e pesquisas, já se pensava em um prédio que se tornaria símbolo da ciência. Preservar a memória deste espaço é um dos caminhos para garantirmos mais futuro. Os próximos 100 anos fazem parte de um livro em branco. As páginas de hoje e de amanhã estão sendo escritas por você que nos lê e por milhares de outras pessoas - e quem quiser contribuir está mais do que convidado! Por isso, entre, aprecie, registre e escreva conosco os próximos anos que já se iniciam.















O Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz), antigo Centro de Criação de Animais de Laboratório (Cecal) é uma unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção e fornecimento de biomodelos, dentre eles, animais de laboratório, sangue e hemoderivados. Também presta serviços de controle da qualidade animal e biotecnologia associada a ciência de animais de laboratório, o que confere ao centro um papel estratégico na área do bioterismo nacional.

Tem como principal objetivo a contribuição com programas e projetos de pesquisa biomédica mediante a produção e controle da qualidade de insumos estratégicos. Além de apoiar o desenvolvimento tecnológico, o ensino da Fiocruz e das demais instituições de pesquisa e ensino nacionais.

Sua equipe técnica, capacitada e especializada nas diversas áreas do bioterismo, presta assessoria técnica aos usuários da Fundação e de outras instituições, além de contribuir com a formação de profissionais por meio da realização de cursos e da participação em eventos.













SE LIGA NO CORONA
A campanha de comunicação 'Se liga no Corona!' tem como foco a prevenção ao novo Coronavírus (Covid-19) considerando as condições de vida e habitação de populações em situação de vulnerabilidade socioambiental. O conteúdo produzido pela campanha inclui rádionovelas, spots para carros de som, peças e vídeos para mídias sociais e cartazes e ficará disponível para download no Portal Fiocruz e no Maré Online.



Galeria de imagens

Ao longo do último ano a campanha 'Se liga no Corona!' produziu uma série de materiais informativos sobre a pandemia para compartilhar nas redes sociais, além de alguns cartazes para impressão. Confira toda essa produção nas galerias.



Arquivos de audio

Os spots de rádio foram feitos para serem reproduzidos em carros de som, motos, pontos de circulação, rádio poste, rádios comunitárias, entre outros veículos de comunicação. A reprodução é livre. 




Vídeos
























https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/reportagem/como-nasce-uma-vacina


Vacinas
Vacinas são preparações que, ao serem introduzidas no organismo, desencadeiam uma reação do sistema imunológico, estimulando a formação de anticorpos e tornando o organismo imune a esse agente e às doenças por ele provocadas.
Prevenir é melhor que remediar. O uso de vacinas tem maior custo-benefício no controle de doenças imunopreveníveis que o de medicamentos para sua cura. Resultado de muitos anos de investimento em pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, as vacinas são seguras e consideradas essenciais para a saúde pública.

Vacinas e Covid-19
Desde o início do enfrentamento da pandemia no Brasil, como um dos pilares na estratégia de combate ao vírus Sars-CoV-2, a Fiocruz tem feito parte das diversas frentes nacionais e internacionais de busca pela vacina contra a Covid-19. Com uma longa trajetória e tradição de mais de 70 anos na produção de vacinas, a Fundação tem se empenhado para manter os esforços nesse campo, em conjunto com o Ministério da Saúde (MS) e ressaltando a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro como a base de sustentação do desenvolvimento, da produção e da distribuição nacional de vacina para a enfermidade. 





O que é COVID-19

A COVID-19 é uma doença causada pelo novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, que apresenta um espectro clínico variando de infecções assintomáticas a quadros graves.
Os coronavírus são uma grande família de vírus comuns em muitas espécies diferentes de animais, incluindo camelos, gado, gatos e morcegos. Raramente, os coronavírus que infectam animais podem infectar pessoas, como exemplo do MERS-CoV e SARS-CoV. 
Recentemente, em dezembro de 2019, houve a transmissão de um novo coronavírus (SARS-CoV-2), o qual foi identificado em Wuhan na China e causou a COVID-19, sendo em seguida disseminada e transmitida pessoa a pessoa.









A Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 da Fiocruz foi construída em pouco mais de dois meses, especialmente para realizar testes em grande escala. 
O Laboratório de Biologia Molecular, responsável pela realização de exames com a metodologia de PCR em tempo real, abriga equipamentos de alta tecnologia, com robôs que garantem rapidez e precisão dos resultados. A automação dos processos na produção de um grande volume de amostras - o potencial é de 15 mil unidades diárias de resultados - reduz a possibilidade de erros e garante a segurança dos profissionais envolvidos.
A moderna estrutura e a grande capacidade de processamento de testes colocam a Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 como uma das mais destacadas do país, e reforçam a contribuição da Fiocruz em várias frentes da ciência e da inovação no combate à pandemia do novo coronavírus.




















O acervo exposto está segmentado em dois ambientes: o primeiro reúne informações sobre a vida e obra do eminente pesquisador Costa Lima, apresentando ao visitante suas ferramentas de trabalho, livros e artigos publicados. O segundo ambiente é composto por vitrines expondo a biodiversidade entomológica brasileira, com sua estética colorida e inspiradora.















A vida nas profundezas do oceano tem algumas características peculiares. A aparência dos animais, por exemplo, é geralmente mais pálida. E, na falta da luz do sol, alguns deles possuem uma adaptação admirável: produzir a própria luz. A bioluminescência – como é chamado esse fenômeno – pode ter diferentes utilidades, como atrair presas, encontrar parceiros para a reprodução ou espantar predadores.



No mundo dos corais
Quem olha para os corais pode ficar na dúvida: são plantas? Pedras? Nada disso: são animais que vivem em colônias, isto é, conjuntos de muitos indivíduos. Sua união forma os coloridos recifes, bonitas paisagens do fundo do mar.

Os recifes de coral servem de abrigo para inúmeras espécies de animais e atraem outras tantas pela grande disponibilidade de alimentos. Mas os corais são muito sensíveis às mudanças em seu ambiente, como a poluição, a acidificação e o aquecimento da água. Por isso, a ação humana ameaça sua existência. Preservá-los é fundamental para a biodiversidade dos oceanos!

Vida submersa
As condições ambientais no oceano são diferentes daquelas encontradas em terra, e isso influencia suas formas de vida. Enquanto os animais terrestres, para se movimentar, gastam muita energia e precisam de músculos e esqueletos bem fortes, os animais marinhos gastam menos energia para flutuar ou nadar. Assim, muitos deles não têm ossos, são invertebrados. 

Mas nem todo animal marinho vive nadando ou flutuando: alguns passam a vida pertinho do fundo, como esponjas, anêmonas, poliquetas, ouriços-do-mar, polvos, crustáceos e até mesmo algumas espécies de peixes. Cientistas chamam esses seres de bentônicos e eles estão presentes em diferentes profundidades.



Recordistas em mergulho
Grandes animais marinhos são capazes de mergulhar fundo. Muitos deles podem ser encontrados em profundidades abaixo de 200 metros. Cachalotes, por exemplo, mesmo tendo que voltar à superfície para respirar, mergulham mais de 2.000 metros (para você ter uma ideia, 720 metros
é a altura do Corcovado)! Focas, elefantesmarinhos e alguns grandes peixes também submergem centenas de metros abaixo da superfície.
Para mostrar a você o maior número de espécies possível, juntamos em um espaço pequeno uma grande variedade de animais.
Porém, no mar aberto, dificilmente você veria uma configuração como esta; o mais comum é que os animais fiquem bem mais espalhados.


Doce com salgado
Os estuários são espaços onde a água doce dos rios encontra a água salgada do mar. Como a grande maioria das espécies aquáticas vive exclusivamente em água doce ou somente em água salgada, você pode pensar que este não é um ambiente muito favorável para os bichos. Mas não se engane: há grande biodiversidade nos estuários.

Suas águas são muito ricas em nutrientes e, por isso, várias espécies animais têm os ambientes estuarinos como locais ideais para o crescimento de indivíduos jovens – eles funcionam como berçários da natureza, ótimos para peixinhos e outros filhotes!







CRÉDITOS

PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO
OSWALDO CRUZ
Nísia Trindade

DIRETOR DA CASA
DE OSWALDO CRUZ
Paulo Elian

CHEFE DO MUSEU DA VIDA
Diego Vaz Bevilaqua

CURADORIA
E COORDENAÇÃO EXECUTIVA
Letícia Rumjanek
Luisa Massarani
Luis Amorim

CONCEPÇÃO
Barbara Mello
Catarina Chagas
Edmilson Rocha
Letícia Rumjanek
Luisa Massarani
Luis Amorim
Rita Alcantara
Rogerio Fernandes
Rosicler Neves
Salvatore Siciliano
Vanessa F. Guimarães

PESQUISA DE CONTEÚDO
Catarina Chagas
Tereza Costa

TEXTOS
Catarina Chagas
Luís Amorim
Tereza Costa

DESIGN EXPOSITIVO
Barbara Mello
Letícia Rumjanek
Rita Alcantara
Rogerio Fernandes
Alana Moreira (estagiária)

DESIGN GRÁFICO
Barbara Mello
Letícia Rumjanek

DESIGN DE PRODUTO
Luiz Antonio de Saboya
Rogerio Fernandes
Ubiratan Pimenta

ILUSTRAÇÕES
Barbara Mello

INSTALAÇÃO LIXO
E INSTALAÇÃO ÁGUA-VIVA
Rodney Wilbert

ADAPTAÇÃO PARA O MINECRAFT
Flávia Carvalho

DESENVOLVIMENTO
DOS INTERATIVOS
Plano B Design

OPERAÇÕES TÉCNICAS
Fabíola Mayrink
Ubiratan Pimenta
Alexandre Fernandes
André Luiz de Freitas
Leandro Carreira
Luciano Santos
Mário César Barbosa
Rafael Gambetá
Rafael Silvestre
Fábio Pessanha (estagiário)

ILUMINAÇÃO
Armando Feitoza

SONORIZAÇÃO
Ronaldo Barboza

MEDIAÇÃO
Bruno Mussa Cury
Fredson Araújo
Izabel Menezes
Laryssa Gonçalves
Leticia Silva
Rafael Velloso
Renata Laurindo
Thaiane Ferreira
Thamiris Marques
Waldir Ribeiro
Waneicy Gonçalves
Yan Gomes

ASSESSORIA DE IMPRENSA
Haendel Gomes

COLABORAÇÃO
Yoshihiro Fujiwara / Japan Agency for
Marine-Earth Science and Technology
Paulo Sumida / Instituto Oceanográfico
da Universidade de São Paulo
João Paulo Krajewski / Grupo de História
Natural de Vertebrados / Unicamp
Áthila Bertoncini
Roberta Bonaldo / Grupo de História
Natural de Vertebrados / Unicamp

AGRADECIMENTOS
Carla Almeida
Dean Kimberly
Eduardo Hajdu / Museu Nacional / UFRJ
Fabio Pimentel
Flavia Castro
John Snow
Karla D. A. Soares
Lucia Campos
Miguel Oliveira
Mark Benfield / Louisiana State University /Gulf SERPENT Project
Rico Bacellar
Shallow Marine Surveys Group
Sustainability in Science Museums /
Arizona State University
Ulisses Leite Gomes
Vinícius Alt

REALIZAÇÃO
Fundação Oswaldo Cruz
Casa de Oswaldo Cruz
Museu da Vida

APOIO
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

PARCERIA
Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos - Região doa Lagos
Laboratório de Ictiologia Teórica e Aplicada
UNIRIO
Instituto Meros do Brasil






Uma em cada três espécies do planeta se encontra nos oceanos. Mas a diversidade de seres marinhos é muito menos conhecida do que a terrestre – possivelmente, porque é muito mais difícil de estudá-la!
Até agora, cientistas já descreveram mais de 250 mil espécies de seres vivos que habitam os mares, mas a estimativa é de que esse número ultrapasse 2,5 milhões – sem contar os microrganismos.

Na parte mais superficial dos oceanos, isto é, nas águas até 200 metros de profundidade, estão quase todas as espécies marinhas mais conhecidas: peixes, baleias, golfinhos, anêmonas, corais, moluscos, algas... Elas se espalham por todo o planeta, concentrando-se nas áreas mais próximas ao litoral dos continentes. Nas águas brasileiras, cientistas já identificaram cerca de 10 mil espécies.

O ar que você respira tem tudo a ver com os oceanos. Para começar, o fitoplâncton e as plantas marinhas são responsáveis por produzir metade do oxigênio do planeta. Além disso, os mares têm capacidade para absorver cerca de um terço do gás carbônico emitido pelos humanos em atividades como a queima de combustíveis fósseis. Por isso, os oceanos ajudam a regular o clima do planeta. Eles também são fundamentais na formação das nuvens e das chuvas.




As águas do oceano nunca ficam paradas. E não estamos falando só das ondas que você vê na superfície: águas profundas também se movimentam. São as chamadas correntes oceânicas, formadas pela ação de três mecanismos naturais: os ventos que sopram a superfície dos mares, a rotação do planeta Terra e as diferenças de densidade entre as várias camadas de água. Confira, na mesa ao lado, os movimentos dessas correntes!

Mar lembra... peixe. Mas outros grupos de animais também têm seus representantes marinhos!
Baleias e golfinhos são mamíferos. Tartarugas, répteis. Há aves que tiram seu alimento sempre dos mares, como pinguins e albatrozes.
E há também representantes de grupos invertebrados: poríferos, como esponjas; cnidários, como águas-vivas; moluscos, como polvos; artrópodes, como camarões; equinodermos, como estrelas-do-mar.

A enorme biodiversidade dos oceanos é fruto de centenas de milhões de anos de evolução.
Os animais que vemos hoje estão adaptados para viver nas condições específicas dos locais que habitam – isto é, suas características lhes permitem alimentar-se, fugir de predadores e reproduzir-se em seu ambiente.

Já ouviu falar em acidificação dos oceanos? Trata-se do aumento da acidez da água causado principalmente pela emissão excessiva de gás carbônico na atmosfera, fruto de atividades humanas. Essa mudança na química da água, embora não seja visível, traz consequências graves.
A água mais ácida pode, por exemplo, deixar mais frágeis os corais e também as conchas de pequenos organismos marinhos, como ostras e caramujos.

As partes mais profundas dos oceanos são as mais difíceis de serem estudadas, pois é impossível para nós, humanos, mergulhar até lá, a não ser com equipamentos especializados. Por isso, até recentemente, podíamos apenas imaginar o tipo de criaturas que viviam em grandes profundidades. Atualmente, máquinas estão conseguindo ir onde o ser humano jamais foi e descobrindo espécies surpreendentes.




E aí, o que você achou de passar no meio desse lixo todo? Você demorou apenas poucos segundos, mas, infelizmente, muitos animais marinhos convivem com o lixo e a poluição o tempo inteiro!

Por muito tempo, a humanidade pensou no mar como um ambiente tão, tão enorme que seria capaz de absorver todo o lixo que se jogasse nele. Infelizmente, esse raciocínio ameaça hoje os oceanos.

O lixo que despejamos pode levar séculos para se decompor, e somos muitos, produzindo muito lixo...

Esgoto, sacos plásticos, garrafas PET, sapatos, pneus, rejeitos industriais, resíduos de petróleo, enfim, grande parte da nossa sujeira vai parar no mar. E cada tipo de poluente gera um efeito diferente, como a formação de ilhas de lixo e a ingestão de pedaços ou pequenas partículas poluentes pelos animais marinhos – incluindo o peixe que vai para a nossa mesa. A poluição afeta até mesmo bichos de águas bem profundas!


O maior tubarão do mundo é grande como uma baleia! Pode chegar aos 20 metros e pesar até 11 toneladas (o peso de dez carros). Mas lembra bem pouco os animais assustadores que vemos nos filmes. Para começar, o tubarão-baleia não morde: ele se alimenta filtrando ou sugando pequenos seres da água, como larvas, peixes e invertebrados, que vão entrando na sua enorme boca enquanto ele se movimenta.

Se você visse um tubarão-baleia nadando por aí, provavelmente veria também um grupo de rêmoras pegando carona com ele. 
Com um tipo de ventosa no dorso, elas se fixam ao tubarão e viajam longas distâncias. Esses peixes
se aproveitam da proteção, da movimentação e de restos de comida ou parasitas de grandes animais, como tubarões, baleias e tartarugas.

O visual esquisitão não é a única característica marcante deste peixe: ele nada com muita habilidade e,
quando está fugindo de um predador ou perseguindo uma presa, pode alcançar a impressionante velocidade de 80 quilômetros por hora (a mesma de um carro correndo em via expressa)!
Como seu xará de água doce, o dourado-do-mar é alvo de muitos pescadores. Pode chegar a dois metros de comprimento e pesar até 40 quilos.

Um mundo frio, sem luz do sol e com grande pressão.
Será que há vida nessas condições? 
Pois fique sabendo: cerca de 17 mil espécies das profundezas dos oceanos já são conhecidas e certamente ainda há muitas a descobrir!

Quem gosta de ficção científica sabe que a lula-colossal é uma lenda dos oceanos. Mas ela existe de verdade: é a maior lula do mundo, com mais de 14 metros de comprimento. Seu olho tem o tamanho de uma bola de futebol. Vive nos mares mais frios do hemisfério Sul, em profundidades de até 2 mil metros, onde se alimenta de peixes e outras espécies de lula. Por outro lado, serve de alimento para cachalotes e outros animais.

















































































































































































































































Você reconhece o lugar da foto? Ela mostra a antiga rua Direita, onde hoje passa a rua Primeiro de Março. Olha ali a cúpula da Igreja da Candelária no fundo da imagem! No tempo em que surgiu o Instituto Soroterápico Federal, que veio a se tornar a atual Fiocruz, este era o centro do Rio de Janeiro, no início do século XX. As condições eram precárias: ruas estreitas, pouca circulação de ar, lixo nas ruas e péssimo tratamento de esgoto. Medidas controversas marcaram a população da cidade por meio de reformas urbanas e sanitárias.
Marc Ferrez / Domínio Público